Infraestrutura
Transportes e energia
Em 2005, metade da energia no Japão era produzida a partir de petróleo, um quinto a partir do carvão mineral e 14% do gás natural.[127] A energia nuclear produzia um quarto da eletricidade do país.[128]
Os gastos do Japão com estradas têm sido grande.[129] Os 1,2 milhões de quilômetros de estradas pavimentadas são as principais vias de transporte,[130] cuja circulação se faz à esquerda. A única rede de alta velocidade é dividida e limitada por estradas com portagem de acesso que as conectam às principais cidades e são operadas por empresas de coleta de pedágio. Carros novos e usados são baratos. As taxas de propriedade do automóvel e taxas de combustível são utilizados para promover a eficiência energética. No entanto, em apenas 50% de todas as distâncias percorridas, o uso do automóveis é o mais baixo de todos os países do G8.[131]
Dezenas de empresas de transporte ferroviário japonesas competem nos mercados de transporte local e regional de passageiros, como por exemplo, a 7 JR, a Kintetsu Corporation, a Seibu Railway e a Keio Corporation. Muitas vezes, como estratégia dessas empresas, ao lado das estações existem empreendimentos imobiliários ou lojas de departamento. Cerca de 250 trens de alta velocidade Shinkansen ligam as principais cidades japonesas e são conhecidos por sua pontualidade.[132]
Existem 173 aeroportos e voar é uma maneira popular de se viajar entre cidades do país. O maior aeroporto doméstico, o Haneda, é o mais movimentado da Ásia. Os maiores aeroportos internacionais são o Aeroporto Internacional de Narita (região de Tóquio), Aeroporto Internacional de Kansai (área de Osaka/Kobe/Quioto) e o Aeroporto Internacional de Chubu (área de Nagoya). Os maiores portos incluem o Porto de Nagoya.[133]
Educação
A alfabetização no Japão remonta anterior à introdução da escrita chinesa no século VI. Inicialmente restrita às classes aristocráticas, a educação atingiu a população em geral no Período Edo, em que havia escolas específicas para a classe dos samurais, mas também escolas mistas que ensinavam escrita, leitura e aritmética. Graças a esse sistema, calcula-se que em 1868, época da Restauração Meiji, 40% da população japonesa fosse alfabetizada.[134] A divisão em escolas primárias, secundárias e universidades foi introduzida no Japão em 1871 como parte da Restauração Meiji.[135]
Desde 1947, a educação obrigatória no Japão inclui a educação infantil e o ensino fundamental, shōgakkō, o qual dura nove anos (dos seis aos 15 anos). Quase todas as crianças continuam seus estudos em um ensino secundário, chūgakkō, de três anos e, de acordo com o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, cerca de 75,9% dos formandos do ensino secundário cursaram a universidade, a educação profissional, ou outros cursos pós-secundários em 2005.[136] O ano letivo no Japão tem início em Abril e pode ser dividido em dois ou três períodos. O currículo de cada série é determinado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, bem como há avaliações periódicas do material escolar utilizado.[134]
A educação no Japão é muito competitiva,[137] em especial, o ingresso em instituições de ensino superior. De acordo com o Suplemento de Educação Superior do The Times, as universidades mais importantes do Japão são a Universidade de Tóquio, a Universidade de Quioto e a Universidade de Osaka.[138] No momento, a educação japonesa passa por uma reestruturação que tenta adaptá-la ao século XXI, mudando sua ênfase da disciplina e do respeito a tradição para a liberdade e a criatividade.[134]
Saúde
No Japão, os serviços de saúde são fornecidos pelos governos nacional e locais. O pagamento de serviços médicos pessoais é oferecido através de um sistema de seguro universal de saúde que oferece uma relativa igualdade de acesso, com taxas fixadas por uma comissão do governo. As pessoas sem seguro através dos empregadores podem participar de um programa nacional de seguro de saúde administrado pelos governos locais. Desde 1973, todas as pessoas idosas têm sido cobertas pelo seguro patrocinado pelo governo.[139] Os doentes são livres para escolher médicos ou instalações de sua preferência.[140] O país possui a maior expectativa de vida do mundo (de acordo com estimativas da ONU e da OMS) e a terceira menor taxa de mortalidade infantil.[7][8]
Ciência e tecnologia
O Japão é uma das nações líderes nos campos da pesquisa científica, especialmente de tecnologia, maquinário e pesquisa biomédica. Cerca de 700.000 pesquisadores dividem um orçamento de 130 bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento, o terceiro maior do mundo.[141] O Japão é líder mundial no domínio da pesquisa científica fundamental, tendo produzido treze prêmios Nobel, quer em física, química ou medicina,[142] três Medalha Fields[143] e um Prêmio Gauss.[144]
Algumas das mais importantes contribuições tecnológicas do Japão são encontrados nas áreas de eletrônicos, automóveis, máquinas, engenharia sísmica, robótica industrial, óptica, química, semicondutores e metais. Japão é líder do mundo em produção e utilização de robótica, possuindo mais de metade (402.200 de 742.500) de robôs industriais do mundo, usado para a fabricação.[145] Produziu também o QRIO, ASIMO e o AIBO. O Japão é o maior produtor mundial de automóveis[146] e abriga quatro dos quinze maiores fabricantes de automóveis do mundo e sete dos vinte maiores líderes de vendas de semicondutores atualmente.[147]
A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) é a agência espacial do Japão, que realiza pesquisas espaciais, planetárias, de aviação e no desenvolvimento de foguetes e satélites. É um participante da Estação Espacial Internacional e do Módulo de Experiências Japonês (Kibo) foi adicionado à Estação Espacial Internacional durante vôos do ônibus espacial em 2008.[148] A empresa tem planos de exploração espacial, como o lançamento da Venus Climate Orbiter (PLANET-C) em 2010,[149][150] no desenvolvimento da Mercury Magnetospheric Orbiter para ser lançada em 2013[151][152] e a construção de uma base lunar em 2030.[153]
Em 14 de setembro de 2007, lançou o explorador da órbita lunar "SELENE" (Selenological and Engineering Explorer) em um portador de foguetes H-IIA (Modelo H2A2022) no Centro Espacial de Tanegashima. SELENE também é conhecido como Kaguya, a princesa lunar do antigo conto The Tale of the Bamboo Cutter.[154] Kaguya é a maior missão de sonda lunar desde o programa Apollo. Sua missão é coletar dados sobre a origem da Lua e sua evolução. Ela entrou em uma órbita lunar em 4 de outubro,[155][156] voando em uma órbita lunar a uma altitude de cerca de 100 km.[157]
Mídia e telecomunicações
Antes de 1985, o Japão vivia em um sistema de bi-monopólio, no qual a Nippon Telegraph and Telephone Public Corporation dominava a telefonia doméstica, e a Kokusai Denshin Denwa a telefonia internacional. Na primeira reforma, a NTT sofreu uma privatização parcial, através da qual surgiu uma espécie de competição controlada do mercado, no qual o Ministério dos Correios e Telecomunicações japonês intervia para que não houvessem perdedores. Na segunda etapa desta reforma, ocorrida a partir de 1997, viu-se o claro objetivo de aumentar a competição no mercado e uma diminuição da regulamentação implementada até então, graças ao acordo junto à Organização Mundial do Comércio. Todavia, o que se seguiu foi o nascimento da NTT como competidora internacional de telecomunicações.[158] Desde 1985 que o Japão possui um sistema tronco nacional de telefonia com fibras óticas, interconectando diversas cidades ao longo de 3 400 km e com previsão de ampliação devido a flexibilidade do material empregado. Entre as ilhas, utiliza de cabos submarinos. Na telefonia móvel, possuía 90 milhões de usuários em 2005. Em relação a televisão, a nação possui o sistema a cabo (CATV) e para a internet, a rede local de assinantes e a rede integrada digital.[159]
Na mídia, há grande circulação de jornais e revistas, além de canais de rádio e televisão, que atingem toda a população urbana do país e boa parte da rural. Entre os principais estão o jornal Yomiuri Shimbun, a rádio NHK e os canais de tv NHK e TXN. Quase todas as corporações que os veiculam, politicamente, estão divididas em liberal, média e conservadora.[160]
Habitação e saneamento
Em resumo, o Japão passou por profundas transformações em pouco mais de cem anos em suas estruturas socioeconômicas e culturais, saindo de um sistema feudal para um mundo moderno e industrial cheio de influências ocidentais. Suas políticas habitacionais não fugiram às mudanças e foram desenvolvidas e solidificadas nos últimos quarenta anos, até 2006, gerando moradias e qualidade de vida para sua população. No entanto, no ano seguinte foi reconhecido que sua alta densidade populacional, o alto preço das terras e a queda no volume de negócio no mercado imobiliário geraram um novo desafio para o governo: reabilitar áreas degradadas para alocar o crescimento demográfico. Para esses locais, estudam-se projetos que aloque a população em cidades subterrâneas ou nas chamadas super-torres, estruturas gigantescas capazes de suportarem uma pequena cidade. Nestes projetos, está ainda inserida a urbanização, voltada para o meio-ambiente e à integração do homem com a natureza, visando o resgate histórico de sua cultura, esquecida nas construções de massa para abrigar o largo crescimento populacional que acompanhou as modificações no cenário econômico nacional.[161][162]
Usando de sua tecnologia, o país, preocupado também na área da saúde, se utiliza de exemplo em conferências no exterior que abordam o saneamento básico. Sua tecnologia aliada aos recursos naturais deram ao Japão acesso à água potável e tratamento de esgoto em quase todo o território nacional. Devido à rápida urbanização de suas grandes cidades, ocorreu a degradação ambiental que causou enchentes, aridez e piora da qualidade da água. Para atenuar os danos causados por esses problemas, foram implantadas medidas para melhorar os mecanismos de coordenação sobre o uso da água e prevenir a sua contaminação. Como resultado, o Japão obteve drásticas melhorias em seus recursos hídricos e de higiene e abastecimento de água estável em seu território. Cidades como Tóquio e Quioto foram as grandes beneficiadas dos projetos. [163]
Criminalidade e segurança
Em 2001, sendo considerado um país seguro para se viver, o Japão teve seu índice de criminalidade, somado em todo o território, no maior nível desde a Segunda Guerra Mundial. Com um aumento de 12%, registraram-se mais de três milhões de infrações, das quais 1% foram de crimes violentos, enquanto mais de 90% eram de furtos e infrações de trânsito. O agravo desta condição foi também devido ao fato da diminuição da eficácia da polícia japonesa, que, em análise de mesmo período, efetuou 8% menos prisões. Segundo especialistas, as causas para este cenário foram a estagnação da economia japonesa desde o começo dos anos de 1990 e o aumento do desemprego.[164] Cinco anos mais tarde, robôs de segurança foram apresentados à população, para ajudarem na patrulha de locais pré-determinados. A utilização da tecnologia deve-se à baixa taxa de natalidade, o que poderá gerar problemas futuros para as guardas.[165]
Pouco antes, em pesquisa realizada com o povo, ficou constatado que a criminalidade estava diminuindo e que a grande preocupação da segurança nacional eram as tragédias naturais, como os terremotos, as falsificações dos selos de segurança dos prédios e os acidentes aéreos e ferroviários. No balanço geral, mais de 42% da população considerou o Japão um lugar perigoso para morar devido a estes fatores. Como solução apontada está o esforço em conjunto entre a sociedade, governos locais e empresas.[166]
Apesar da segurança e da aparente preocupação da população girar em torno apenas dos desastres naturais, a presença da máfia é algo não ignorado no país. A Yakuza, organização mafiosa mais conhecida do Oriente, tem suas suas origens no fim da era dos samurais, quando estes passaram a vagar pelo território. No entanto, a precisão de seu surgimento é variado, indo desde os filhos de kabuki-mono até a descendência honrosa direta dos ronins. No Japão, esta organização é composta por vários clãs de criminosos violentos, que deixaram marcas no aspecto de vida japonês, principalmente no que toca as torturas daqueles que ousassem desafiar seus poderes. Desde a jogatina e a prostituição à política e economia, a Yakuza é presença forte no cenário nacional e internacional.[167]